Perante situações stressantes do dia a dia ou mais imprevistas como a que estamos a viver atualmente com o coronavírus, tendemos a reagir de forma diferente de outras pessoas que conhecemos e, por vezes durante o dia o nosso estado também pode mudar, por exemplo de manhã sentimo-nos mais tranquilos e ao fim do dia mais ansiosos.
Porque é que umas pessoas reagem de uma forma mais ansiosa, outras mais apática e outras ainda com uma enorme tranquilidade? A janela de tolerância é o nosso estado ótimo de ativação, que leva a um funcionamento saudável no dia a dia. Quando estamos dentro da nossa janela de tolerância, somos mais resilientes, as emoções são toleráveis e conseguimos permanecer calmos e serenos perante situações stressantes. Por outro lado, quando estamos fora da nossa janela, o nosso sistema nervoso “coloca-nos” em modo de sobrevivência (reação de luta, fuga ou “congelamento”), podendo acontecer uma de duas coisas: Hiperativação – em que podemos experienciar uma avalanche de pensamentos negativos, sentir ansiedade ou raiva. Tendemos a ser reativos e impulsivos, podendo mesmo perder o controlo. A sobrecarga emocional pode levar-nos a ter vontade de lutar ou fugir. Hipoativação – em que parece que “desligamos” ou seja, sentimo-nos paralisados emocional e fisicamente. Torna-se difícil pensar, surge uma sensação de vazio e estamos desconectados de nós próprios e dos outros. Perante a sobrecarga emocional ficamos “congelados” e sem reação. A janela de tolerância difere de pessoa para pessoa e em diferentes momentos das nossas vidas. Quando a janela é estreita, a pessoa tende a reagir de uma forma rígida, depressiva ou vendo a situação como caótica. Contudo, quando a janela é larga, a pessoa mais facilmente consegue reagir a eventos stressantes com tranquilidade. É fundamental aperceber-nos quando estamos a ficar hiperativados (sentimos irritação, agitação, com os “nervos à flor da pele”) ou hipoativados (sentimos desconexão, dificuldade em manter uma conversa, sensação de estar entorpecido ou paralisado) de modo a podermos fazer algo para nos sentirmos mais seguros e calmos. Não podemos de modo nenhum controlar as nossas emoções, mas estando conscientes delas e aceitando-as tal como são podemos geri-las e controlar a forma como reagimos. O que podemos fazer quando estamos hiperativados? Podemos fazer uma pausa e respirar profundamente. Tomar consciência do que estamos a sentir e aceitar isso tal como é, sem julgamento. Por exemplo, pensarmos que já não nos deveríamos enervar com determinada situação ou que falhámos por ter reagido de determinada forma, em nada ajuda a sentir-nos mais calmos e seguros. Praticar meditação é também uma boa forma de entrarmos em contacto com as nossas emoções e de aprendermos a geri-las. E quando nos sentimos hipoativados? Podemos ligar a um amigo, dar um passeio, escrever o que estamos a sentir de modo a entrar em contacto com as emoções. Concluindo, a nossa janela de tolerância reflete a nossa capacidade para tolerar as emoções numa determinada situação. Dentro da janela estamos abertos e recetivos e fora dela ficamos reativos. Com a situação atual do COVID-19 é natural vivenciar diferentes emoções durante o dia ou de semana para semana o seu humor alterar. Quer esteja confinado em casa, sozinho ou acompanhado ou continue a ir trabalhar, é necessária mais do que nunca uma grande capacidade de resiliência. Cuide de si, mantenha algumas rotinas, tenha atenção à sua alimentação e veja as notícias no máximo duas vezes ao dia (e de preferência nunca à noite). Se as emoções forem muito difíceis de gerir não suporte tudo sozinho. Contacte com amigos e familiares através de um telefonema ou videochamada ou procure um psicólogo.
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Não há memória de tempos como este, que estamos a viver atualmente. É preciso folhear livros de história para encontrar algo que se possa assemelhar ao coronavírus.
A ansiedade, o medo, a incerteza apodera-se de muitos de nós e por vezes o "Vamos todos ficar bem" não é suficiente para acalmar as mentes mais inquietas. No sentido, de ajudar a tranquilizar crianças e adultos elaborei duas meditações guiadas que poderão ouvir seguindo os links abaixo: https://drive.google.com/file/d/18eBEPcLWPXO1WcB-XqB1a0NZgEVa7pAw/view?fbclid=IwAR2dyF2puQJhijvvab5eGnBYfI5eB85SgelcTtGb5EiGfpHxbQFmzgLTB9A https://drive.google.com/file/d/1qOi-_gM7PJUXgsoaXiKs5vWNm1m__PZO/view?fbclid=IwAR1ZINd8sAQPSBU8C42-s5HeX8-BFyl1DwM0JGFUEoScmJSkUFs2aZSV_cY Ficam aqui mais algumas reflexões: - Por favor, não vejam as notícias a toda a hora! Atualizem-se de manhã e quanto muito à tarde. Deixar as notícias para a noite, também não é boa ideia principalmente, para quem é mais ansioso e tem problemas em dormir. - Limitem também o vosso acesso às redes sociais. Por vezes, são apenas fonte de instabilidade e ansiedade. - Em casa coloquem uma música ambiente tranquila principalmente, a partir da hora do jantar para se sentirem mais relaxados. Essencialmente, cuidem de vocês e dos que vos são mais queridos! Um abraço gigante! Convencionou-se que o dia 14 de Fevereiro é o Dia dos Namorados e hoje, um pouco por todo o mundo celebra-se este dia.
No entanto, esta data não é vivida com muita alegria por todas as pessoas, principalmente por aquelas que ainda estão em fase de luto de uma relação amorosa. A perda é vivenciada por cada pessoa de uma forma diferente e por um período mais ou menos longo. De uma forma geral, existem 4 fases no luto, a negação, a depressão, a raiva e a aceitação mas uma vez mais, a ordem com que surgem podem variar de pessoa para pessoa. Se sentir que se sente triste há demasiado tempo e não consegue seguir com a sua vida, procure ajuda. Merece viver sem estar preso ao passado. O Natal nem sempre é sinónimo de união, paz, harmonia e felicidade. Não raras as vezes é uma época em que vêm à tona desavenças familiares, em que a solidão é sentida com maior intensidade, em que a saudade dos entes queridos que já partiram é arrebatadora.
É sem dúvida, uma altura do ano delicada para muitas pessoas. Longe das imagens idílicas dos Natais, dos filmes e dos anúncios, existem pessoas que por vontade própria ou por não terem outra opção passam o Natal sozinhas. No caso das primeiras é um alívio que assim seja, para as últimas é mais uma noite, um dia, em que a solidão aperta e a tristeza impera. Mais amor e mais compreensão é o que desejo a todos este Natal. Encher o coração do outro é o maior presente que se pode dar. Receber amor é a maior dádiva que se pode ter. Este mês estou numa entrevista para a Revista Saber Viver, sobre a nova proposta de lei que prevê que a residência alternada passe a ser a regra nos pedidos de regulação de poder parental.
Leia na íntegra na Revista Saber Viver de Agosto. Até lá! E se um dia se libertasse do que já não lhe serve?
Há pessoas que a magoaram de uma forma ou de outra e que continuam a magoar, mas com as quais insiste em relacionar-se com a "esperança" que lá no fundo exista algo de bom nelas. Há coisas que faz no calor do momento e que mais tarde pensa que é da próxima vez que fará diferente, mas a outra vez chega e a reação é a mesma. Por vezes até aquela camisola ou aquelas calças que já não lhe servem há anos, tende teimosamente a guardar porque um dia podem vir a servir. No entanto, tal como o nosso roupeiro vai ficando cheio de coisas que não nos servem, também nós próprios vamos ficando cheios de pessoas, de ações que não nos fazem bem, que não nos deixam crescer e evoluir, que emperram a nossa vida e nos faz ficarmos cabisbaixos, tristes e com um sentimento de impotência e incompetência. A vida fica a preto e branco e estagnada. O objetivo da psicoterapia é exatamente fazer-nos perceber o que nos magoa, o que não nos deixa viver, para que da mesma forma que se "limpa" um roupeiro e se deita fora tudo o que não nos serve, também se deve fazer o mesmo connosco próprios. Deixando ir as pessoas que nos magoam, colocando limites a nós próprios, deixando de fazer o que nos faz sofrer, abre-se todo um "mundo novo". Deixando cair toda uma bagagem que era pesada, que nos emperrava e prendia ao passado. Fica-se agora mais leve e pronto a conhecer novas pessoas e a viver em vez de apenas existir. Cuide de si porque mais ninguém o fará. |
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Magda Gabriel Arquivos
April 2020
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