Numa altura em que muitos portugueses ainda gozam de umas merecidas férias, pensei em escrever sobre emoções.
Provavelmente agora que já está mais relaxado(a), vêem-lhe à memória momentos em que reagiu intempestivamente com alguém, gritou com os seus filhos, ou que estava simplesmente sem paciência para o que fosse, e que se estivesse mais calmo(a) a sua reação teria sido bem diferente.
Contudo, é natural que tal tivesse acontecido, pois as nossas emoções impulsionam-nos para agir. Principalmente, em situações de maior stress, de maior exigência de trabalho e até familiar é comum pouco se pensar sobre o que se está a sentir e passar-se à ação, sem se tomar consciência das emoções, nem pensar sobre elas. Ficamos então, dominados pelos nossos sentimentos.
Por outras palavras, é como se tivéssemos duas mentes, em que uma é emocional (impulsiva) e outra racional (capaz de pensar). É a interação entre elas que constrói a nossa vida mental e por isso, é tão importante o equilíbrio entre as duas. Ao contrário, quando não há um equilíbrio entre o emocional e o racional ficamos facilmente desorientados e prisioneiros da emoção que estamos a sentir no momento e leva-nos a reagir de uma forma muito exagerada.
Pare, escute e olhe “para dentro”. É fundamental permitir-se sentir o que tiver que sentir e perceber que as emoções fazem parte de nós enquanto seres humanos, mas não precisa de nos definir. Isto é, não é por se sentir triste num momento da sua vida, que isso a torna numa pessoa deprimida, ou se sentir zangada com alguém que a faz uma pessoa anti-social.

Como lidar então, com as emoções?
- Não julgue o que sente, apenas permita-se sentir. É preciso respeitar o que sente e não fingir que nada se passa pois, mais cedo ou mais tarde, as emoções vêm ao de cima e na maioria das vezes, de uma forma descontrolada.
- Nomeie o que está a sentir. Ao identificar e acolher as suas emoções, está a admitir para si próprio(a) o que sente.
- Pense no que está a sentir. Ao pensar sobre as suas emoções toma consciência de como se sente perante determinada situação e tem a oportunidade de analisar como quer reagir. Com o pensamento, surge o controlo do comportamento.
- Aceite-se a si mesmo(a) tal como é. Reconhecer o que sente, sem se julgar, é aceitar-se como é, é amar-se a si próprio como é e, ao mesmo tempo, é mostrar-se aos outros sem “máscaras”, permitindo-se ser amado(a) tal como é.
 
Aproveite as férias para treinar estes quatro passos. É natural que, no início, seja um pouco difícil, mas com o treino vem o hábito, tal como quando aprendeu a ler, a andar de bicicleta ou a conduzir.
Permita-se sentir e trazer à tona o melhor de si!