O Natal está a chegar… tempo de ternura, amor, união… ou tempo de compras desenfreadas? Os supermercados e os centros comerciais estão cheios, as pessoas amontoam-se à procura dos últimos presentes, do melhor manjar para a ceia de Natal… pois, tudo tem que estar perfeito. Será então, que usufruímos do verdadeiro sentido do Natal?
Isto fez-me lembrar uma passagem do livro sobre a vida e obra de João dos Santos (neuropsiquiatra e psicanalista), em que ele afirma e passo a citar: “Quando vejo a lufa-lufa dos pais, dos tios, dos avós e de todos os demais que, à última da hora das vésperas do Natal, se lançam no mercado dos brinquedos de série e das bugigangas de plástico, a comprar “n’importe quoi” para pôr no sapatinho das crianças…, não posso deixar de, mais uma vez, me enternecer com a memória da prima Amélia que, durante o ano inteiro, fabricava os presentes que no Natal distribuía por toda a família(…) as obras da prima Amélia eram tidas, pelas crianças da família, como valiosas e dignas de serem conservadas e admiradas. Se os pais, os tios e os avós usassem da sua capacidade inventiva e criadora para fazer brinquedos para os filhos, os sobrinhos e os netos, se as escolas fossem oficinas onde a criatividade tivesse um papel primordial - mesmo para ensinar a leitura e as contas -, as crianças trariam consigo e dentro de si mais objectos de amor, para se protegerem na vida(…).”(CARVALHO E BRANCO, 2000) Hoje em dia, pela falta de tempo, pela pressão da publicidade, temos tendência em comprar já tudo feito, as decorações de Natal, os enfeites, o presépio, os sonhos, as rabanadas… pouco ou nada é feito com e pelas crianças. Exigimos tanto de nós o ano inteiro, e nesta quadra não é exceção, que nos esquecemos dos pequenos prazeres da vida. Fazer em conjunto é partilhar momentos e memórias que jamais se esquecerão. É tão mais bonita uma árvore de Natal decorada com anjinhos e sininhos de papel, um presépio feito com rolos de papel higiénico… algo que pode ser feito com e pelas crianças. Os tais momentos de partilha e memórias que jamais se desgastam ou estragam com o tempo. Festas felizes para todos!
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A projeção foi descrita pela primeira vez por Freud em 1895. Trata-se de um mecanismo de defesa do eu, no qual uma pessoa projeta os seus pensamentos, afetos ou desejos inconscientes e insuportáveis para si, noutra pessoa. É o que se passa, por exemplo, na paranoia e no ciúme. O objetivo deste mecanismo de defesa é o de proteger e diminuir a ansiedade.
Já lhe aconteceu lidar com uma pessoa que está constantemente a “distorcer” as suas intenções, que o(a) acusa de estar a criticá-lo(a), de ser mau e invejoso(a), quando não é de todo essa a sua intenção? Efetivamente, uma pessoa com carácter paranoide projeta nos outros sentimentos ou desejos inconscientes, que não pode suportá-los e/ou admitir que são seus. Assim, ao projetar, por exemplo, o ódio e a raiva que sente por alguém, passa a sentir-se odiado por essa pessoa (“Não sou eu que o/a odeio, mas sim ele/a a mim”). Ele deixa de ser o agressor, passa a ser a vítima e a sentir-se ameaçado. Apesar do sofrimento que isto traz, é mais fácil tolerar esta situação pois deixa de se sentir culpado e responsável por um sentimento tão condenável. Também nas relações amorosas podemos ver o mesmo mecanismo de defesa. Já esteve numa relação em que o seu(ua) companheiro(a) não suportava vê-la(o) com uma pessoa do sexo oposto, que tentava controlar com quem falava e estava? O que está por detrás então, deste ciúme doentio? Muitas vezes, um desejo de adultério. Ou seja, perante este desejo, mas face à impossibilidade de o admitir para si mesmo, projeta esse sentimento no cônjuge ou parceiro, provocando reações de ciúme, pois “Não sou eu que o(a) traio, mas ele(a) a mim.” É de salientar que quanto maior a intensidade do desejo e da proibição, maior será a agressividade nas cenas de ciúme. Para estas pessoas que utilizam a projeção como meio principal para compreender o mundo e lidar com a vida e com os outros, é importante que procurem ajuda de um Psicólogo pois para além da sua dor, trazem muito sofrimento às pessoas que lhe são próximas. O Psicólogo poderá ajudá-las a reconhecer quando estão a projetar os seus sentimentos e ao não se sentirem julgadas nem criticadas, podem exprimi-los livremente por forma, a aprender a lidar com eles. Se para qualquer pessoa é importante reconhecer as suas emoções, para estas pessoas é fulcral. Só assim, poderão criar relações mais saudáveis, positivas e gratificantes. Permita-se ser livre e feliz! Quantas vezes já ouviu dizer que quando acreditamos mesmo numa coisa, isso pode realmente acontecer? Diversas vezes com certeza, mas será que as nossas crenças são assim tão poderosas?
Segundo Robert Dilts (autor, trainer e consultor de PNL), as nossas crenças podem modelar, influenciar e até determinar a nossa saúde, a nossa criatividade, a maneira como nos relacionamos, o nosso grau de felicidade e até o nosso sucesso pessoal. As crenças têm sem dúvida, uma grande influência em nós, em como nos comportamos connosco mesmos e com os outros, mas enquanto umas nos potenciam, outras podem limitar-nos. Mas o que são as crenças? As crenças são as generalizações que fazemos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o que nos rodeia e que se tornam os nossos princípios orientadores. Quando temos alguma crença, nenhuma evidência ambiental ou comportamental a mudará, pois elas não se baseiam na realidade. Agimos como se fossem verdadeiras e são verdadeiras para nós. Exemplo disso é a atitude e a crença de algumas pessoas que perante uma doença irão ficar bem, apesar de na realidade os médicos não poderem dar tal certeza. Efetivamente, muitos profissionais de saúde reconhecem que a atitude do paciente é um fator muito importante e que contribui para a melhoria da sua saúde. Como criamos as nossas crenças? Elas são adquiridas na infância e através das nossas experiências de vida. Aquilo que pensamos e cremos sobre nós próprios, sobre os outros e sobre o que nos rodeia é fruto da forma como fomos tratados, como fomos “olhados” e do que nos foi dito. Quando uma criança é pouco amada e tratada por todos como problemática, dificilmente deixará de “dar problemas”. Já uma criança com algum tipo de limitação (física, visual, etc.) mas que lhe é transmitido que é forte, corajosa e que pode alcançar tudo o que quiser, será um adulto confiante e que lutará pelo seu sucesso pessoal e profissional. Desta forma, as nossas crenças são responsáveis por grande parte das nossas decisões e como tal, influenciarão o nosso futuro. Existem pessoas que por mais que se esforcem não vêm a sua vida andar para a frente. São pessoas depressivas, negativas, auto-derrotistas, com um sentimento de impotência, de desesperança e de não serem boas o suficiente. No fundo, as suas crenças são limitadoras. O que fazer perante crenças limitadoras? É preciso mudar as suas crenças, o que pensa sobre si mesmo, o que diz e as suas atitudes. Só assim poderá caminhar no sentido de atingir os seus objetivos e de dar um novo rumo à sua vida. Permita-se acreditar em si! Quando foi a última vez que dedicou um tempo só para si? Para fazer o que gosta? Para se sentir? Para se conhecer melhor?
Quando não falamos sobre o que nos preocupa, sobre as nossas frustrações, os nossos sentimentos vamos implodindo aos poucos. Ficamos mais isolados dentro de nós mesmos e o sofrimento só tende a aumentar. É preciso encontrar tempo para si, para falar das suas dificuldades, para se escutar. Ter tempo para si não é sinónimo de egoísmo, mas de saúde mental. Somente quando estamos bem connosco próprios conseguimos ajudar os outros e estar verdadeiramente presentes para os que amamos. Cuide de si! |
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Magda Gabriel Arquivos
April 2020
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