O amor surge em diversos momentos da nossa vida e sob as mais diversas formas. Por exemplo, quando nos apaixonamos, quando nasce um filho, etc. É bom sentirmos que nos damos aos outros e que recebemos também afeto. Amar é aceitar e respeitar o outro tal como ele é, é estar com ele e crescer com ele. É assim o amor incondicional, quando não se impõem condições para se amar.
Mas o que acontece quando existe dependência emocional? Existe uma excessiva necessidade de atenção, de carinho e de aprovação dos outros e por outro lado, um medo de abandono e solidão. É como se sozinhas, as pessoas dependentes emocionalmente não fossem capazes de satisfazer as suas próprias necessidades emocionais, de se sentirem completas e preenchidas por si só. Desta forma, nas relações interpessoais tendem a ser submissas e chegam mesmo a anular-se a si mesmas. Apresentam uma baixa auto-estima e quando não recebem a atenção e o carinho que precisam sentem-se rejeitadas e abandonadas. Por vezes, acontece relacionamentos de amizade e amorosos terminarem por a outra pessoa se sentir “sufocada” pelo sentimento de posse e até atitudes de ciúme e manipulação por parte da pessoa dependente, em relação a si. No entanto, existem outros relacionamentos (quer de pais para filhos, quer amorosos) em que a dependência existe de parte a parte ou seja, nestes casos diz-se que há uma codependência emocional. Por um lado, a pessoa dependente depende do afeto, da atenção, do amor da outra pessoa e a pessoa codependente sente-se responsável pela pessoa dependente, tendo necessidade de cuidar dela, de a proteger e de a fazer feliz. Ambos têm pouca auto-estima, mas esta relação reforça a débil auto-estima do codependente e preenche o “vazio interno” do dependente. Para o codependente é fundamental sentir-se útil pois, o amor que recebeu desde criança foi sempre condicional, ou seja tinha valor se fizesse algo pelos outros. Para se sentir “alguém” precisa que precisem dele e quando o dependente mostra algum comportamento mais independente, a pessoa codependente fica em pânico e tenta manipular e controlar de modo a que o outro continue a precisar de si e se sinta mal por ter querido ser independente. Pela sua baixa auto-estima, a pessoa dependente tende a anular-se e a suportar mais do que deveria numa relação, desde críticas, a atitudes de desvalorização e até invasão de privacidade. Estabelece-se então, uma relação tóxica em que ambos se tornam reféns um do outro, em que a atitude de um reforça o comportamento do outro. No próximo artigo irei abordar com maior detalhe a codependência e a pessoa codependente. Entretanto, deixo aqui a seguinte reflexão: Só nós podemos encontrar a nossa felicidade e para tal, temos de olhar para dentro de nós próprios e descobrir o que nos preenche. Deixarmos essa tarefa a cargo de alguém é condenar o nosso destino ao fracasso. Até lá!
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Magda Gabriel Arquivos
April 2020
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