Como é que a terapia EMDR o pode ajudar?
A terapia EMDR é uma terapia inovadora e foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde por demonstrar evidências científicas da sua eficácia. Quando Francine Shapiro desenvolveu esta terapia nos Estados Unidos, começou por utilizá-la em perturbações de stress pós-traumático. Algumas décadas depois e após muitos estudos, começou a revelar-se eficaz também em situações de depressão, ansiedade, fobias, luto, dor crónica, entre outros. Como funciona? Na terapia EMDR tem-se em conta o passado, o presente e o futuro. Trabalham-se memórias perturbadoras passadas, bem como situações atuais que causam stress, e competências necessárias para atingir determinados objetivos no futuro. Através da estimulação bilateral visual, tátil ou auditiva, as memórias traumáticas serão reprocessadas e as emoções dissociadas, de modo a que essa memória não seja mais recordada com dor e ansiedade. De uma forma mais detalhada, segue-se um trabalho em oito fases: Fase 1 – Numa 1ª fase faz-se um levantamento da sua história de vida. O psicólogo analisa consigo quais os possíveis alvos a serem processados, que podem ser memórias perturbadoras (da infância, adolescência ou já da idade adulta) ou situações atuais que causam stress (no trabalho, em casa, em contextos sociais). Fase 2 – Durante a 2ª fase, o psicólogo ensina-lhe técnicas de redução do stress para utilizar na sessão ou entre sessões, por exemplo, o exercício do lugar seguro ou tranquilo. Fases 3 a 6 – Após o psicólogo determinar qual a memória a trabalhar em primeiro lugar, pede-lhe para identificar a imagem associada a ela, bem como uma crença negativa sobre si, quais as emoções e sensações físicas associadas, e uma crença positiva. De seguida, enquanto pensa na imagem, na crença negativa e na sensação corporal, o psicólogo pedir-lhe-á para seguir os seus dedos de um lado para o outro (a estimulação bilateral poderá também ser tátil ou auditiva). É-lhe também explicado que deve reparar no que surge espontaneamente e que pode aparecer sob a forma de imagem, som, cheiro, pensamento ou sentimento. Vão então, começando a surgir associações internas e começará a processar a memória e os sentimentos perturbadores. Quando a memória original já não for lembrada com perturbação, é-lhe pedido que pense na crença positiva que tinha definido anteriormente, seguindo-se novos movimentos bilaterais para reforçar essa crença positiva. Fase 7 – Nesta fase final, o psicólogo pedir-lhe-á para, durante a semana, fazer um registo de coisas que possam surgir à mente e relembrar que, se for necessário, poderá utilizar as técnicas que aprendeu na segunda fase. Fase 8 – A sessão seguinte começa nesta fase, que é de reavaliação e durante a qual o terapeuta avalia o progresso, quais as memórias que surgiram após a última sessão e trabalha consigo no sentido de identificar outros alvos a serem processados. Com este breve texto pretendi “desmistificar” em que consiste esta terapia. No entanto, ela não se esgota aqui, pois existem diversos protocolos a serem utilizados perante situações específicas. Se ficou com dúvidas não hesite em contactar-me através do email [email protected]. Até lá!
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Ao longo dos anos que trabalho com crianças, tenho considerado fundamental uma alfabetização para as emoções, cujo objetivo é a educação para os sentimentos, crenças, atitudes e emoções das crianças no sentido de melhorar as suas relações interpessoais e as aptidões sociais.
Todas as crianças sentem emoções perante uma determinada situação, mas nem sempre conseguem compreendê-las, nem expressá-las da melhor forma, o que dá origem a “birras”, choros incontroláveis, comportamentos agitados e até agressivos. É fundamental que as crianças aprendam a identificar e nomear as suas emoções, bem como a reconhecê-las em si próprios e nos outros, pois irá, sem dúvida, contribuir para que compreendam o que sentem, lidem melhor com os problemas, solucionem com maior facilidade os conflitos e consigam colocar-se no lugar do outro (empatia). Desta forma, estaremos a preparar as crianças para que desenvolvam e mantenham relacionamentos mais saudáveis uns com os outros, bem como com os adultos. No acompanhamento que tenho feito numa escola em Lisboa, através de jogos e histórias as crianças aprendem a reconhecer as suas emoções e as dos outros. Com técnicas de atenção plena, mindfulness, a criança aprende também a conectar-se consigo própria, com o seu corpo, com os seus pensamentos e as suas emoções. Aprende a reconhecer as suas emoções mais difíceis, a aceitá-las e integrá-las em si em vez de projetá-las nas outras crianças, ou mesmo negar o que sente. Este trabalho passa igualmente por ir de encontro às necessidades e dificuldades que os pais sentem na educação dos seus filhos, fazendo-os refletir sobre as emoções e comportamentos das crianças e fornecendo-lhes estratégias para lidar com o dia a dia. Algo que aconselho vivamente aos pais é aprenderem a acalmar-se antes de intervirem numa situação mais tensa com o seu filho, nomeadamente através da respiração abdominal. Apesar de não ser fácil nas primeiras vezes, pois tendemos a encolher a barriga quando inspiramos e a soltá-la quando expiramos, vale a pena tentar até conseguir. Experimentem fazer 3 a 5 vezes esta respiração, quando estão mais nervosos ou mesmo irritados e verão mudanças no vosso estado de espírito: - Ao inspirar contem até 4, sentindo que a barriga está a esticar; - Retenham a inspiração, contando até 4; - Ao expirar contem até 6, sentindo que a barriga está a encolher; - Repitam este processo 3 a 5 vezes. Ficam aqui mais duas dicas para pais: Conselhos aos pais: - Promovam a expressão emocional, nomeando as vossas emoções e permitindo ao vosso filho fazê-lo também. Exemplo: “Hoje, o/a pai/mãe está triste porque o trabalho não correu tão bem. E como correu o teu dia? Como te sentiste hoje?” - Ajudem o vosso filho a refletir sobre as emoções e abordem a forma de lidar com o problema. Exemplo: “Ficaste zangado com o teu amigo na escola. Compreendo que estejas magoado com o que ele te fez. Vamos respirar fundo, relaxar um pouco e depois, vamos pensar no que podemos fazer para que te sintas melhor.” Cada vez mais os adultos se queixam que não sabem como lidar com as crianças no dia a dia, que estas “não ouvem” o que lhes é dito para fazer, que não respeitam, que querem fazer tudo à sua maneira…
Se sente que anda em stress constante, que tem dificuldades na relação com o(s) seu(s) filho(s) ou aluno(s) e que por vezes, fica “fora de si” então, este WORKSHOP é para si! Iremos falar sobre : A importância do reconhecimento e gestão das emoções; Estratégias com vista à melhoria da comunicação adulto-criança; Atividades positivas para pais, professores e educadores utilizarem com os seus filhos ou alunos; Técnica de mindfulness (atenção plena) para diminuição da ansiedade no dia a dia; Técnicas de mindfulness com crianças, para utilizar em casa ou na sala de aula. Oferecemos: - Coffee break - Certificado de participação - Material para pôr em pratica tudo o que aprendeu Investimento: 20€/pessoa. Inscrições limitadas a 10 participantes. Data e local: 31 de Março das 14h às 18h. Rua Engenheiro Quartin Graça - 10A. 1750-100 Lisboa Para inscrições ou mais informações: [email protected] A codependência emocional é a dificuldade em manter e nutrir relacionamentos saudáveis, quer consigo próprio, quer com os outros.
Na maioria dos casos, as pessoas codependentes vêm de famílias disfuncionais, em que os seus membros por fragilidades emocionais, promoveram a dependência entre si. Na infância sentiram-se pouco amadas, aceites e seguras. O ambiente familiar era pouco harmonioso e as regras rígidas e, em alguns casos com violência física e emocional. Na idade adulta a pessoa codependente apresenta assim, uma baixa autoestima e, no fundo, crê que não é merecedora de confiança e de amor. Tem medo de ser abandonada ou de ficar só, dificuldade em confiar nos outros, mas uma grande necessidade de aprovação e reconhecimento. Pela sua insegurança, apoia-se muito mais nas decisões dos outros, do que na sua opinião. Existe uma verdadeira dificuldade em dizer não, sacrificando-se a si e às suas necessidades em prol dos outros. Assim, tende a ajudar todas as pessoas e a esquecer-se de si própria, tendendo a cair em relações dolorosas ou até abusivas. Para sentirem que são amadas e que têm valor, as pessoas codependentes tendem a escolher alguém de quem possam cuidar ou até “salvar”. O problema da outra pessoa, passa a ser o seu foco e fá-la sentir-se melhor consigo mesma. Em muitos casos, a pessoa codependente é mãe/pai ou cônjuge e vive em função do(a) filho(a) ou cônjuge, que é dependente (seja essa dependência afetiva, química ou outra), responsabilizando-se pelo comportamento deste e desculpando-o. Ao longo do tempo, a pessoa codependente torna-se uma mártir na relação com a pessoa dependente, vai-se abandonando a si mesma, aos seus desejos, sonhos, necessidades, mas é incapaz de quebrar o ciclo devido ao seu medo de abandono e de ficar só. No fundo, o codependente evita os seus próprios sentimentos, a sua dor interna e é-lhe muito mais fácil centrar a sua vida nos problemas dos outros. Enquanto controla e cuida do comportamento do outro, fala e pensa menos em si, logo sente-se menos vulnerável. Contudo, o medo de ser julgado, rejeitado ou abandonado persiste. A baixa autoestima também e a longo prazo, a fatura a pagar é bastante alta. Ao abandonar os seus projetos, os seus sonhos é como se se abandonasse a si mesma e não raras as vezes, surgem quadros depressivos ou ansiosos. O que fazer? Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que existe um problema que está a minar a sua vida. Depois, ao procurar um psicólogo ele irá ajudá-la(o) a resgatar a sua autoestima, a explorar o que a(o) levou à necessidade de controlar o outro, a entender o que são as suas necessidades e as dos outros de forma, a que possa estabelecer relacionamentos mais saudáveis no futuro. Neste novo ano, olhe por si e reavalie o que é realmente importante.
Deixe ir o que já "não serve" e rodeie-se do que lhe faz sentido. Feliz 2019! O amor surge em diversos momentos da nossa vida e sob as mais diversas formas. Por exemplo, quando nos apaixonamos, quando nasce um filho, etc. É bom sentirmos que nos damos aos outros e que recebemos também afeto. Amar é aceitar e respeitar o outro tal como ele é, é estar com ele e crescer com ele. É assim o amor incondicional, quando não se impõem condições para se amar.
Mas o que acontece quando existe dependência emocional? Existe uma excessiva necessidade de atenção, de carinho e de aprovação dos outros e por outro lado, um medo de abandono e solidão. É como se sozinhas, as pessoas dependentes emocionalmente não fossem capazes de satisfazer as suas próprias necessidades emocionais, de se sentirem completas e preenchidas por si só. Desta forma, nas relações interpessoais tendem a ser submissas e chegam mesmo a anular-se a si mesmas. Apresentam uma baixa auto-estima e quando não recebem a atenção e o carinho que precisam sentem-se rejeitadas e abandonadas. Por vezes, acontece relacionamentos de amizade e amorosos terminarem por a outra pessoa se sentir “sufocada” pelo sentimento de posse e até atitudes de ciúme e manipulação por parte da pessoa dependente, em relação a si. No entanto, existem outros relacionamentos (quer de pais para filhos, quer amorosos) em que a dependência existe de parte a parte ou seja, nestes casos diz-se que há uma codependência emocional. Por um lado, a pessoa dependente depende do afeto, da atenção, do amor da outra pessoa e a pessoa codependente sente-se responsável pela pessoa dependente, tendo necessidade de cuidar dela, de a proteger e de a fazer feliz. Ambos têm pouca auto-estima, mas esta relação reforça a débil auto-estima do codependente e preenche o “vazio interno” do dependente. Para o codependente é fundamental sentir-se útil pois, o amor que recebeu desde criança foi sempre condicional, ou seja tinha valor se fizesse algo pelos outros. Para se sentir “alguém” precisa que precisem dele e quando o dependente mostra algum comportamento mais independente, a pessoa codependente fica em pânico e tenta manipular e controlar de modo a que o outro continue a precisar de si e se sinta mal por ter querido ser independente. Pela sua baixa auto-estima, a pessoa dependente tende a anular-se e a suportar mais do que deveria numa relação, desde críticas, a atitudes de desvalorização e até invasão de privacidade. Estabelece-se então, uma relação tóxica em que ambos se tornam reféns um do outro, em que a atitude de um reforça o comportamento do outro. No próximo artigo irei abordar com maior detalhe a codependência e a pessoa codependente. Entretanto, deixo aqui a seguinte reflexão: Só nós podemos encontrar a nossa felicidade e para tal, temos de olhar para dentro de nós próprios e descobrir o que nos preenche. Deixarmos essa tarefa a cargo de alguém é condenar o nosso destino ao fracasso. Até lá! |
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Magda Gabriel Arquivos
April 2020
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